Tom Eisenlohr recorda no Facebook:
Agosto, 1950. Primeiros passos de um jovem, 17 anos, no caminho do marketing político. No palanque com o brigadeiro-aviador Eduardo Gomes, em campanha, disputando com Getúlio Vargas a presidência da República.
Nessa ocasião, o candidato da UDN cravou uma frase letal para sua candidatura: “Não necessito dos votos dessa malta de desocupados que apóia o ditador para eleger-me Presidente da República”.
Hugo Borghi, esperto político aliado de Getúlio, adulterou as palavras do brigadeiro, afirmando nas rádios e através de panfletos distribuídos nas ruas, que o Brigadeiro tinha dito não precisar dos votos dos marmiteiros!
Acontece que malta, pelo dicionário, também é sinônimo da comida que trabalhadores rurais levam em marmitas para se alimentar na roça. Espertamente, os getulistas aproveitaram-se disso e passaram a espalhar que Eduardo Gomes “é bonito e é solteiro, mas não quer voto de marmiteiro”.
No caso, imputava-se falsamente ao brigadeiro o preconceito contra os trabalhadores que comiam na marmita. Deu resultado: o brigadeiro naufragou e Getúlio venceu a eleição. Lição para os políticos de hoje em dia.
Foto: Acervo Tom Eisenlohr