Wilson Moherdaui opina no Facebook:
O que todos nós, brasileiros, esperamos dos debates políticos é que sejam civilizados, esclarecedores, sintonizados com os desejos e necessidades de toda a população. Claramente, não é o que tem acontecido. Na verdade, os debates se transformaram num duelo sem tréguas entre equipes de marketing eleitoral, os famigerados marqueteiros.
Alguns deles, aliás, geniais. Ainda mais geniais quando trabalham para clientes sem escrúpulos: aí, podem dar asas à criatividade, sem se preocupar com filtros éticos, sem o menor compromisso do prejuízo que provocarão na reputação do adversário.
Por isso, me ocorreu uma proposta, que talvez tenha chegado um pouco tarde para esta eleição, mas quem sabe sirva para as próximas: os organizadores deveriam proibir o contato dos marqueteiros com os candidatos nos intervalos dos debates. Como, aliás, acontece nos Estados Unidos ou em países da Europa.
O debate se tornaria, dessa forma, um confronto de ideias dos candidatos, com alguma chance de se aterem a suas plataformas políticas ou a seus programas de governo. Os ataques, se surgissem, seriam espontâneos e não essa sequência quase robotizada de frases estudadas e pegadinhas, que transformaram os debates numa chorumela previsível e inútil.
Quem sabe assim pudessem ficar mais claras as diferenças entre os candidatos, para que nós, eleitores, avaliássemos quem tem realmente mais capacidade para nos governar. Quem sabe a Globo não possa introduzir a nova regra já no debate de hoje e deixar os marqueteiros sentadinhos na plateia. De onde, aliás, nunca deveriam ter saído.
Wilson Moherdaui, jornalista e empresário, é publisher da Fórum Editorial e Eventos e editor de Informática Hoje. Sua página no Facebook está aqui.
COMENTÁRIO DE WILSON MOHERDAUI – REPRODUZIDO DO FACEBOOK
Caricatura: O Malho, 1907, satirizando os jovens ministros do Presidente Afonso Pena / Wikipedia